A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Itaporã, prendeu na manhã deste sábado (13) um homem de 46 anos e uma mulher de 39, ele por estupro de vulnerável e ela por encobrir e ser conivente com os abusos. A prisão temporária foi decretada pela Justiça após representação da Polícia Civil e parecer favorável do Ministério Público. O casal foi localizado e detido em Nova Alvorada do Sul, onde residia.
As investigações revelam que os abusos tiveram início em 2014, quando a família residia em Ponta Porã. Naquele ano, uma das filhas do investigado, então com 9 anos, foi diagnosticada com sífilis. Exames também confirmaram a doença no pai e na madrasta. Na época, a criança foi ouvida por uma psicóloga e afirmou que teria sido abusada por um vizinho desconhecido. Ela também disse que sua irmã, então com 12 anos, havia sofrido abuso pelo mesmo homem. Com base nessas declarações, o inquérito foi remetido para a Promotoria de Ponta Porã e acabou arquivado por falta de provas de autoria.
Dez anos depois, em julho deste ano, uma denúncia anônima registrada no Disque 180 trouxe novamente à tona as suspeitas, apontando o próprio pai como autor dos abusos e relatando que ele também teria feito outras vítimas. As filhas, hoje com 20 e 23 anos, foram contatadas pela Polícia Civil. Uma delas decidiu comparecer à Delegacia e confirmou que os abusos foram praticados pelo próprio genitor ao longo de vários anos, desde a infância, e que, por medo e coação, foi obrigada a sustentar a versão falsa de que o agressor era um vizinho desconhecido.
A segunda filha foi ouvida por videoconferência e confirmou os abusos, relatando que eles começaram por volta dos 7 anos e se repetiram até aproximadamente os 11 anos de idade. A vítima demonstrou forte abalo emocional ao descrever o sofrimento vivido.
As investigações apontam ainda que outras meninas também foram vítimas, entre elas enteadas do suspeito e a própria filha da atual companheira, que tinha conhecimento dos crimes. De acordo com os relatos, a mulher não só encobria os abusos como também coagia as vítimas a permanecerem em silêncio.
Há registros de ocorrências anteriores em outras delegacias do Estado, incluindo Campo Grande e Nova Alvorada do Sul, que reforçam os indícios contra o investigado. Diante das provas colhidas, a Justiça decretou a prisão temporária do casal. Eles foram encaminhados à Delegacia de Itaporã, onde permanecem à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue com as investigações para apurar todos os fatos e identificar a totalidade das vítimas.
Via: PCMS