O Tribunal Regional Eleitoral agendou para o dia 23 de junho, às 13h30, a sessão de julgamento do prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, do ex-servidor comissionado Marconi de Souza Junior, conhecido como Macaco, e da ex-secretária-adjunta de Saúde, Mariluce Gonçalves Leão. A denúncia envolve acusações graves de corrupção eleitoral e falsidade ideológica.
Acusações e Denúncia
As alegações contra Iunes incluem a compra de votos com o intuito de assegurar sua reeleição em 2020. A Procuradoria Regional Eleitoral apresentou uma denúncia em que o prefeito é acusado de ter cometido os crimes mencionados pelo menos 31 vezes, com a participação de seus colaboradores, Marconi e Mariluce.
A denúncia detalha que a prática da compra de votos consistia na distribuição de dinheiro, cestas básicas e medicamentos, além da antecipação de exames e procedimentos médicos realizados em um laboratório de propriedade do irmão e da esposa do prefeito, com Marconi e Mariluce operando o esquema.
Investigação da Polícia Federal
Durante a investigação, ocorreu um incidente em que Marconi tentou destruir seu celular ao ser abordado pela Polícia Federal. No entanto, a quebra do sigilo telefônico revelou evidências de uma possível associação criminosa entre agentes públicos e políticos envolvidos em crimes eleitorais, principalmente na compra de votos em Corumbá.
Falsificação de Documentos e Cabos Eleitorais
Além das acusações de compra de votos, o prefeito Marcelo Iunes também foi denunciado por falsidade ideológica, de acordo com o artigo 350 da legislação eleitoral. A investigação da PF apontou que Iunes teria omitido informações em sua declaração de contas relacionadas à contratação de cabos eleitorais, que teriam sido contratados informalmente para não exceder o limite de gastos permitido pela Justiça Eleitoral.
O esquema conta ainda com a participação de diversos vereadores reeleitos, do ex-secretário de Governo, Luis Antônio (Pardal), e do ex-vereador Alex Dellas, que atuou como líder do governo na Câmara de Corumbá durante a gestão de Iunes. O processo referente a esses políticos foi desmembrado e segue em fase de investigação.
O julgamento programado para o próximo dia 23 de junho representa um momento decisivo em um caso que levanta sérias questões sobre a integridade do processo eleitoral em Corumbá. As investigações destacam a necessidade de maior vigilância em relação a práticas que possam comprometer o sistema democrático.